sexta-feira

Mattedi: Sobre anjos e diabos do Espírito Santo


Anjos e Diabos do Espírito Santo – fatos personagens da história capixaba, o título é bem, digamos, forte e sugestivo, mas se trata de um dos melhores trabalhos jornalísticos que tive oportunidade de ler. O autor do livro, José Carlos Mattedi, com engenho de um jornalista, com os olhos de um historiador e com a arte de um escritor, muito bem nos conta alguns fatos e histórias que, até certo ponto, encontravam-se sobre a poeira do esquecimento. “Histórias de abandono, de lutas, de esquecimento e também de criadores de sonhos, de música e de orquídeas”. Homens e mulheres, heróis e vilões, ou como o livro nos traz, anjos e diabos que a ferro, fogo e sangue tornam a história do estado do Espírito Santo riquíssima e, ao mesmo tempo, nos mostra o autor, esquecida.

Jornalista, bacharel em Direito, pós graduado em história das relações políticas pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), José Carlos Mattedi, trabalhou no jornal A Gazeta como repórter cultural e posteriormente como correspondente na câmara dos Deputados em Brasília num total de 11 anos de atuação e trabalhou também, de 2002 a 2004, na TV Gazeta. Em seu currículo constam obras como: Instituições, Mestre da Dor, A Guerra dos Brinquedos, Praia do Suá e História da Imprensa Oficial do Espírito Santo. E em 1998, viria o merecido reconhecimento, foi diplomado pelo Conselho Estadual de Cultura pelos serviços prestados à cultura capixaba. Também no mesmo ano ganhou o Prêmio Gazeta de Jornalismo.

Anjos e Diabos do Espírito Santo é um daqueles livros que, quando está lendo, você se pega emocionado pelos fatos ali narrados e percebe ainda que há um boa dose de amor e de humanidade na obra.

SEGUNDA-FEIRA, 20 DE JULHO DE 2009

O Homem foi a Lua?



By Douguera
“That’s one small step for man; one giant leap for mankind”
(Armstrong, 1969)


Eram 23h e 56 min, horário de Brasília, dia 20 de julho de 1969. O mundo era bombardeado ao vivo com as imagens dos astronautas Neil Armstrong, Edwin ‘Buzz’ Aldrin e Michael Collins, que haviam partido no dia 16 a bordo da missão Apollo 11, chegando à lua. Armstrong teria sido o primeiro homem a pisar no solo lunar e também a desferir a celebre frase “este é um pequeno passo para o homem, mas um grande salto para a humanidade”. Foram há exatos 40 anos.

O contexto era de embate político ideológico entre EUA (capitalista) e URSS (socialista), dita “guerra fria”. Marcado por uma intensa corrida aeroespacial na qual a URSS sairia na frente quando em 12 de abril de 1961, Yuri Gagarin, a bordo da nave Vostok I, tornou-se o primeiro homem a estar no espaço, fato que deu grande impulsão à URSS. Já na terra Yuri teria dito: “a terra é azul”.

Após 40 anos e um mundo rodeado por céticos, revisionistas, incrédulos que, não é para menos estão alicerçados pela luz da ciência, dizem abertamente que o homem nunca foi à lua. De antemão quero deixar bem claro que meu objetivo aqui não é um artigo sensacionalista ou coisa do gênero é apenas, de forma empírica, apontar os fatos a fim de levantar a discussão a mercê do tema.

Enfatizam os céticos que os EUA perdendo a dianteira da corrida espacial forjaram a ida do homem a lua aos moldes das produções hollywoodianas, como no filme 2001 Uma Odisséia no Espaço, de Stanley Kubrick, lançado um ano antes do grande feito, que significou um marco em termos de efeitos especiais nunca vistos antes no cinema. A dita farsa, de fato como conseguiu, virou a atenção do mundo para os EUA.

E seriam vários os indícios de que o homem se quer saiu do “mundo da lua”:

O vento
A gravidade da lua é seis vezes menor que a gravidade da terra, sendo essa grávida tão baixa não há como reter gases e conseqüentemente não há atmosfera, portanto sem ventos [1]. E se perguntam os incrédulos: como explicar a bandeira americana tremulando?

Sombras
Devido a ausência de atmosfera, sem gases, não há refração da luz, ou seja, não existe penumbra (ou a sombra é totalmente preta ou simplesmente não há sombra) [2]. Então como se explicar o efeito da penumbra na roupa dos astronautas?

Pegadas
E as pegadas? Bem, para haver pegadas tem que haver umidade do ar. Não tendo ar na lua e muito menos umidade seria impossível a formação de pegadas tão bem definidas.

A nave
Quando ao modulo lunar este teria sido, desatentamente, pousado do lado de uma cratera, fato inusitado para astronautas experientes, até mesmo para a NASA. Mas como explicar o fato de que seu pouso não fizera marcas no solo? Como se tivesse sido posto suavemente no terreno. Os propulsores potentes teriam feito um buraco no terreno, mas não o fizeram. O que tudo indica é que o modulo jamais teria vindo do espaço, tendo sido colocado delicadamente no local.

Filmagem
As câmeras utilizadas para tirar as fotografias na lua, onde a temperatura varia de -153ºC à noite a +107ºC durante o dia [3], foram de modelo Hasselblad 500ELs, tendo sido utilizados filmes Kodak especial [4]. Para resistir a tamanha variação de temperatura, segundo a NASA, foi utilizado um revestimento de prata na câmera. Porém, especialistas em filmagem e fotografia enfatizam que até hoje não existe um único filme de máquina fotográfica capaz de suportar tamanha variação de temperatura.

Esses são somente alguns exemplos de como os infiéis contestam a proeza de 1969. Existem outros ainda, todavia não encontrei tanta relevância. Buscando endossar meu artigo acabei por encontrar literaturas heréticas bem plausíveis: em We never Went to the Monn (“nos nunca fomos à lua”), Bill Kaysing, que trabalhou catalogador da Rocketdyne, empresa que fornecia peças para a NASA, diz que os EUA nuca tiveram tecnologia para tal feito. O problema é que nosso autor tem somente o título de bacharel em inglês, não sendo um perito, portando, no assunto. André Mauro, por outro lado, é bem conhecido no Brasil, tendo sido inclusive entrevistado no programa do Jô Soares, escreveu O Homem não pisou na Lua. André, que é diretor e professor de cinema, diz que tudo não passa de um bom trabalho de estúdio, isso para a época, mas que com avanços da tecnologia cinematográfica a mentira demonstrou ter rabo curto. Para Ralph René, escritor do New Jersey, a mentira teria sido gravada em um estúdio do governo perto da cidade de Mercury, estado de Nevada. E o Britânico David Percy, fotografo profissional, diz que a iluminação das fotografias da missão só poderiam ser obtidas, para a época, em um estúdio na Terra.

Em meio a tantas heresias a NASA resolveu agir e contratou, no ano de 2002, um renomado escritor aeroespacial, antigo engenheiro, chamado James Oberg. Seu objetivo era o de convencer a opinião pública a respeito da veracidade dos fatos [5], para tanto Oberg receberia a bagatela de 15 mil dólares. Sua monografia de mais de 30 mil palavras, em dez capítulos, contudo, não foi publicada. O motivo, segundo Stephen Garber, historiador da NASA (vejam vocês a agência espacial americana tem um historiador, eu quase me “borrei”), é que a obra dificilmente convenceria as mentes abertas, sendo improvável para os mais céticos.

Se o homem foi ou não a lua ou se ele sempre esteve no “mundo da lua”, não cabe a mim a resposta. Sou apenas um espectador, curioso e apaixonado pelo passado. Quanto a meus leitores tirem suas conclusões e fiquem a vontade para comentar.


[1] Disponível em: http://www.solarviews.com/portug/moon.htm. Acesso em 20/07/09.
[2] Disponível em: http://www.mreclipse.com/Special/LEprimer.html . Acesso em 20/07/09.
[3] Disponível em: http://www.if.ufrgs.br/ast/solar/portug/moon.htm. Acesso em 20/07/09.
[4] Disponível em: http://www.hq.nasa.gov/alsj/a11/a11-hass.html. Acesso em 20/07/09.
[5] Disponível em: http://news.bbc.co.uk/1/hi/sci/tech/2410431.stm. Acesso em 20/07/09.

QUARTA-FEIRA, 15 DE JULHO DE 2009

O que Move a História

Obra do artista Ronaldo Torquato. Disponível em: http://www.ronaldotorquato.com .

By Douguera


O amor, Pois que é a palavra essencial” disse o saudosissimo poeta Carlos Drumond de Andrade[1]: “Amo a história. E é por isso que estou feliz por vos falar, hoje, daquilo que amo”, essas foram as palavras de Lucien Febvre, na obra Combates pela História [2].

A razão, oposto da imaginação: “se olharmos a história racionalmente, ela nos olhará racionalmente de volta”, é o que propôs Georg Wilhelm Friedrich Hegel [3]. O que move a história da humanidade? Seriam os grandes homens? Lideres movidos por sua ganância e amor desmedido pelas ideologias. Seriam as revoluções? Que marcaram a ferro, forro e sangue o caminho da humanidade. Seria o destino ou o acaso? Seria as religiões ou a ciência? Em fim, não há como parar: mesmo sentando e dizendo “não dá mais”, há uma força invisível que move a história da humanidade.

Leissez faire, laissez passer” [4] (“deixe fazer, deixe passar”) conseguiram assim se encontrar na síntese, atribuída a Vincent de Gouney, os homens do livre mercado. “Vender e vender”, seria a arte que faz o mundo mover? Mas essa não é uma força significativa para a concepção de mundo de todos os homens, mesmo estando eles imbuídos de mercados. 

Pergunte então: como a vida começou? Para a religião: Deus “o criador de céu e da terra”, “de todas as coisas visíveis e invisíveis” [5]. Galileu Galilei ousou dizer que a terra não era o centro do universo e que não era o sol que girava ao redor da terra, mas sim a terra que girava ao redor do sol [6]. Aos gurus das várias ciências, sobram-lhes incontáveis dúvidas. 

O Tiradentes que se indagava como seria um Brasil independente? Restou-lhe a forca. Seria possível o homem voar livre como um pássaro? E então Alberto Santos Dumont inventou o avião. E quando criança a gente se pergunta como é possível um monte de ferro fundido e chapeado voar? 

Os gregos, dos quatro cantos da Grécia, se perguntavam se a democracia ateniense, filha de Clístenes [7], seria o tipo ideal de governo? E se “liberté, egalité e fraternité” [8] poderiam libertar a França? E o tempo passa, de forma a consumir os vestígios, corroer as edificações e, percebemos que tudo já dito acima esta tão presente em nós que nos perguntamos: Como? Por quê?

Pois, então, não são as respostas que movem a história, porque elas existem aos montes. Mas sim os questionamentos: é a sede por respostas imbuídas de um sentimento desmedido, chamado pelos homens de amor – palavra que carrega consigo incontáveis significados – que alimenta o motor da história. Deste modo, portanto, em uma profunda contradição paradigmática [9], buscamos a razão como a forma de se chegar à verdade – seria então a ciência a maior substituta da religião? O fato é que, sedentos por respostas e movidos pelo amor buscamos a verdade. Essa loca engrenagem é, portanto, a que move a história.

[1] ANDRADE, Carlos Drumond de. poema de abertura do livro “O Amor natural”.
[2] FEBVRE, Lucien Paul Victor. Combates pela história. 3. ed Lisboa: Presença, 1989. 262 p.
[3] Hegel: citado por Michael Inwood no Dicionário Hegel, pg.187.
[4] KEYNES, John Maynard. The End of Laisses-faire. London: Hogarth Press, 1926.
[5] A profissão de fé do IV Concílio de Latrão (1 de novembro de 1215) afirma que Deus “criou conjuntamente, do nada, desde o início do tempo, ambas as criaturas, a espiritual e a corporal, isto é, os anjos e o mundo terrestre; em seguida, a criatura humana que tem algo de ambas por compor-se de espírito e de corpo" (DS 3002). Disponível em: http://www.comshalom.org/formacao/exibir.php?form_id=1203. Acesso em 14/07/09.
[6] Teoria Heliocêntrica (século XVI), modelo de Copérnico, em oposição a teoria Geocêntrica na qual a terra era o centro do universo e que o sol gira a seu redor. Disponível em: http://educar.sc.usp.br/fisica/movgrav.html. Acesso em 14/07/09.
[7] Clístenes (~ 560 - 508 a. C.) Filósofo, político e legislador grego de Atenas, cujas reformas políticas contribuíram para despertar o sentimento de cidadania em contraposição à solidariedade dos membros do clã e é considerado o fundador da democracia ateniense.
[8] Liberdade, igualdade e fraternidade: lemas da Revolução Francesa de 1789.
[9] Paradigma (do grego Parádeigma) representa, de forma mais ampla e forte, os conteúdos de uma visão de mundo. Pode ser também usada para designar um pensamento, um modo de pensar, um modelo a ser seguido.

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